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Portugal nas Exposições Universais do Século XIX

Graças ao coleccionismo, foi possível juntar alguns cartões publicitários, todos eles de origem francesa, cujo verso titula produtos, lojas, armazéns de várias regiões, sobretudo Paris, mas cuja frente é uma bela imagem de um pavilhão de Portugal.

Graças ao coleccionismo, foi possível juntar alguns cartões publicitários, todos eles de origem francesa, cujo verso titula produtos, lojas, armazéns de várias regiões, sobretudo Paris, mas cuja frente é uma bela imagem de um pavilhão de Portugal. Estes pavilhões albergavam uma mostra de objectos e produtos, que Portugal produzia à época e de que nos orgulhávamos. Numerosas empresas nacionais adicionavam, em rótulos e embalagens, as medalhas de ouro com que tinham sido contempladas, especialmente os vinhos, licores, compotas, bordados, mobiliário, têxteis, alguma louça, vidros e pouco mais. Foi-se construindo uma imagem para efeitos de exportação. Numerosas representações se fizeram entre 1851 e 1900.

Numerosas empresas nacionais adicionavam, em rótulos e embalagens, as medalhas de ouro com que tinham sido contempladas.

A representação do país nesta altura, raramente podia ser controlada, pois delegava a concepção dos seus pavilhões em arquitectos que mal sabiam que nós existíamos. Em 1900, percebeu-se enfim o absurdo da situação e pela primeira vez essa realidade foi alterada. O resultado foi o esperado e não mais a historiografia deixou de se lhe referir. O problema está no facto de que tal se verificou no exacto momento em que se realizava a última das Exposições Universais.*

*Margarida Acciaiuoli, no prefácio à obra Portugal nas Exposições 1851-1900, de Maria Helena Souto, Edições Colibri (Fevereiro de 2012)